Como projetar e avaliar um sistema de ar comprimido

JS

Para projetarmos um sistema de ar comprimido, basicamente, é preciso identificar as seguintes necessidades:
  • Qualidade do ar,
  • quantidade de ar,
  • perfil de carga dos equipamentos e nível de pressão do ar comprimido nas aplicações dos processos de produção dentro da indústria.
Ao ajustarmos o projeto a essas necessidades estaremos assegurando uma configuração correta, econômica e produtiva ao sistema de ar comprimido.

Qualidade do Ar

A qualidade do ar é determinada pelo grau de secagem e pelo nível de contaminantes (partículas e aerossóis) permitidos pela aplicação final. Atingir esse grau de qualidade irá depender dos equipamentos de secagem e filtragem utilizados. Quanto mais alta a qualidade do ar comprimido, por exemplo: classe de qualidade ISO 8573.1 (tabela abaixo) padrão 1.1.1, ou seja: partícula 0,1 μ, ponto de orvalho -70 ºC, e vapor de óleo 0,01 mg/ m3, maior será o custo do ar comprimido para ser produzido. Ao ser definida a qualidade do ar comprimido estaremos também definindo a necessidade dos equipamentos adicionais para a produção desse ar e dessa forma aumentaremos os investimentos iniciais do projeto.

O sistema irá operar também com custos mais elevados em termos de consumo de energia e custos operacionais de manutenção devido a esse aumento de equipamentos.

Um dos principais fatores em determinar a qualidade do ar começa pela especificação dos compressores: se ele deve ser livre de lubrificação “oil-free” ou não.

Ar comprimido livre de óleo pode ser produzido por compressores com essa especificação ou por compressores com lubrificação injetada e que possuam equipamentos para separação e filtragem incorporados ao compressor. Compressores tipo parafuso livre de lubrificação “oil-free” e compressores tipo reciprocante normalmente possuem custos iniciais mais altos, eficiência mais baixa e manutenção mais alta do que compressores de lubrificação por injeção. Entretanto, o equipamento adicional para separação e filtragem exigido pelos compressores com injeção de lubrificação irão causar alguma redução de eficiência, especialmente se o sistema não possuir um sistema de manutenção constante e adequado.

É importante que seja muito bem avaliado pelo usuário final a necessidade do uso ou não de compressores livre de lubrificação ou compressores com lubrificação injetada e avaliar o risco e os custos associados à contaminação do produto que está sendo produzido pelo ar contaminado por óleo.

QUALIDADE APLICAÇÃO
Ar para fabricação Ferramentas pneumáticas – usos gerais
Ar para instrumentação Laboratório – Pintura – Controle de climatização – Revestimento
Ar para processo Indústria alimentícia – Farmacêutica – Eletrônica
Ar para respiração Hospitais – Tanques de mergulho – Respiradores artificiais

ISO 8573.1 – CLASSE DE QUALIDADE

CLASSE DE QUALIDADE PARTÍCULAS (Tamanho em mícron) ÁGUA (Ponto de orvalho ºC a 7 bar g) ÓLEO (inclusive vapor) mg/m3
1 0,1 -70 0,01
2 1 -40 0,1
3 5 -20 1,0
4 15 +3 5
5 40 +7 25
6 +10

Quantidade de Ar Capacidade (Geração e Demanda)

Tabela

A capacidade de geração de ar comprimido pelos compressores para o sistema de ar é determinada pelo somatório do consumo das ferramentas pneumáticas e pela operação do processo de produção, levando-se em conta o fator de carga dos equipamentos.

A exigência total do ar comprimido não é a soma do máximo exigido pela ferramenta ou processo, mas a soma da média do consumo de cada um. Demandas elevadas, em curto período de tempo, devem ser equilibradas por ar armazenado em reservatórios localizados em pontos estratégicos da rede de ar comprimido.

Os sistemas de ar podem ter mais do que apenas um reservatório de ar. Devem estar localizados estrategicamente.

Devem ficar próximos aos pontos de uso de alta demanda.

Quanto houver uma demanda de pico, estes reservatórios irão proporcionar estabilidade de vazão e pressão ao sistema, impedindo uma queda de pressão acentuada.

Na maioria dos casos, a partir de uma correta avaliação da demanda de ar comprimido, poderemos estabelecer um bom controle de consumo dentro do sistema com a utilização de reservatórios. Com isso
obteremos como ganho, um uso dos compressores mais adequado e uma estabilidade da pressão do sistema muito benéfica à produção.

Dimensionar compressores com sobra de capacidade de vazão (demanda) pode ser uma atitude extremamente ineficiente, porque os sistemas de ar comprimido gastam mais energia elétrica por volume de ar produzido (kW/m3) quando operam em carga parcial. Quando existe uma demanda dentro da fábrica com grandes variações é mais producente utilizar vários compressores para atingir os consumos necessários utilizando-se um controle de sequência para colocá-los em operação à medida da necessidade. Assim haverá uma operação mais eficiente do sistema.

Antes de se adicionar um novo compressor ao sistema é uma boa medida avaliar-se a demanda (vazão e pressão) considerando os tipos de utilizações do ar comprimido dentro da fábrica. Verificar se elas estão dentro dos padrões estabelecidos e se não há usos inadequados ou impróprios que possam estar demandando uma quantidade de ar comprimido desnecessária. Caso existam esses tipos de aplicações, devem ser eliminados ou substituídos por equipamentos mais eficientes.

Perfil de Carga

Para se projetar e operar um sistema de ar comprimido é necessário termos uma avaliação correta da exigência de uma demanda fora do perfil de carga ou fora do padrão usual do consumo. A demanda extraordinária de um processo dentro do sistema de ar comprimido é talvez a consideração mais importante dentro do levantamento do perfil de carga do sistema.

Se houver uma grande variação de demanda de ar comprimido as fábricas necessitam operar eficientemente quando os compressores estão em carga parcial. O uso de múltiplos compressores com controle sequencial,
neste caso pode oferecer uma operação mais econômica e eficiente. No caso de perfil estável de demanda,
as estratégias de controle dos compressores poderão ser mais simples.

DEMANDA ARTIFICIAL: É o excesso de volume de ar que é exigido por uma aplicação desregulada no
ponto de uso através do suprimento de pressão mais elevada do que o necessário para a aplicação.

Nível de Pressão

Ferramentas e processos exigem diferentes pressões de trabalho. Ferramentas pneumáticas são projetadas para pressões específicas de trabalho pelos seus fabricantes. Pressões de trabalho para operações aplicadas em processos de produção devem ser determinadas com muito rigor, pois o uso de pressões maiores do que as necessárias levam o sistema de ar comprimido à ineficiência e a demandar um alto custo de energia elétrica, precipitar manutenções não programadas e desgaste excessivo de equipamentos (por exemplo: cilindros e válvulas). Ao se projetar os níveis de pressão do sistema primário (rede principal) devemos levar em consideração as eventuais perdas de cargas existentes decorrentes de equipamentos (secadores, filtros de ar, etc.) e as perdas existentes devido ao projeto da própria rede de ar e no setor secundário (pontos de aplicação) devem ser ajustadas as pressões às exigências específicas de cada equipamento ou processo.
ATENÇÃO: sob o ponto de vista energético uma demanda acrescida de 0,14 bar (2 psig) em sistema de ar comprimido irá resultar em um custo adicional de 1% na conta de energia elétrica debitada ao uso dos compressores.

CONCLUSÃO: Como fazer para melhorar um sistema de ar comprimido existente?

Uma forma de analisar e melhorar um sistema de ar comprimido pode ser resumido da seguinte maneira:

  • Desenvolva um diagrama de blocos do seu sistema de ar
  • Faça uma avaliação inicial (kW, perfil de pressão, perfil de demanda e vazamentos em carga) e calcule a energia usada e os custos.
  • Trabalhe junto com um especialista em sistemas de ar comprimido para programar uma estratégia de controle mais adequada para seu sistema de ar comprimido.
  • Uma vez ajustados os controles, meça novamente de forma mais acurada as leituras de potência (kW), pressões e determinar a carga de vazamentos. Recalcule a energia usada e os custos.
  • Caminhe através da fábrica com sua atenção voltada para itens de manutenção preventiva e oportunidades de redução de custos e melhora de desempenho. Concentre-se nesse objetivo.
  • Identifique e conserte vazamentos e corrija usos indevidos. Conheça custos, redimensione e ajuste controles.
  • Programe um controle contínuo de melhoria.
Ver mais artigos
6 de outubro de 2025
Na indústria moderna, a confiabilidade dos sistemas pneumáticos é essencial para manter a produtividade e evitar paradas inesperadas. Cilindros, válvulas, filtros e compressores trabalham de forma contínua, muitas vezes em condições severas. Quando esses componentes falham, o impacto pode ser significativo: linhas de produção paradas, desperdício de energia e custos elevados com manutenção corretiva. É nesse cenário que a manutenção preditiva se destaca como diferencial competitivo. O que é manutenção preditiva? A manutenção preditiva é uma estratégia baseada no monitoramento contínuo e na análise de dados para identificar sinais de desgaste ou falha iminente antes que eles se tornem críticos. Diferente da manutenção preventiva (que atua por tempo de uso) e da corretiva (quando a falha já aconteceu), a manutenção preditiva age de forma antecipada e inteligente . Nos sistemas pneumáticos, isso significa acompanhar variáveis como: Consumo de ar comprimido Pressão e vazão em diferentes pontos da rede Temperatura de operação Índice de umidade e presença de óleo na linha Desgaste de vedações e folgas em cilindros Esses dados revelam padrões que permitem prever falhas futuras e agir antes que causem impactos na produção. Tecnologias que tornam a manutenção preditiva possível Com os avanços da Indústria 4.0, a manutenção preditiva tornou-se mais acessível e eficaz, graças a ferramentas como: Sensores IoT: instalados em linhas de ar, válvulas e cilindros para medir pressão, fluxo, vibração e temperatura em tempo real. Plataformas de análise de dados: processam as informações coletadas e emitem alertas automáticos ao identificar desvios. Inteligência Artificial e Machine Learning: aprendem com o histórico de funcionamento e reconhecem padrões de falha com precisão crescente. Softwares de manutenção (CMMS integrados): centralizam dados, programam inspeções e geram relatórios de desempenho. Benefícios diretos para a indústria Adotar manutenção preditiva em sistemas pneumáticos traz vantagens claras e imediatas: Redução de paradas não programadas – problemas são detectados antes de afetar a produção. Aumento da vida útil dos componentes – substituição no momento certo, evitando trocas prematuras ou atrasadas. Eficiência energética – vazamentos e perdas são identificados rapidamente, reduzindo o desperdício de ar comprimido. Segurança operacional – previne falhas súbitas em válvulas e cilindros críticos. Menor custo total de manutenção – menos intervenções emergenciais e maior previsibilidade orçamentária. Exemplo prático Imagine uma linha de envase automatizada. Um sensor de fluxo identifica que um cilindro está consumindo mais ar do que o normal. A análise indica desgaste da vedação interna. Com essa informação, a equipe agenda a substituição do componente antes que ele trave a produção, evitando perda de lotes e horas de parada. Esse é o poder da manutenção preditiva: transformar dados em decisões assertivas. Como implementar na sua planta Mapeie os pontos críticos: identifique os equipamentos pneumáticos mais relevantes para a operação. Instale sensores estratégicos: comece por pressão, vazão e umidade. Integre dados em tempo real: use softwares ou plataformas de análise para centralizar informações. Capacite a equipe de manutenção: garanta que saibam interpretar relatórios e agir preventivamente. Adote melhorias contínuas: ajuste parâmetros e expanda o monitoramento conforme os resultados. A manutenção preditiva em sistemas pneumáticos não é apenas uma tendência, mas uma necessidade estratégica para empresas que buscam produtividade, economia e confiabilidade. Com o apoio de sensores, análise de dados e integração com a Indústria 4.0, é possível transformar a manutenção de um simples centro de custos em uma vantagem competitiva . Na CBA Automação , acreditamos que investir em inovação e boas práticas de manutenção é o caminho para operar com máxima eficiência, segurança e resultados sustentáveis.
27 de agosto de 2025
Válvulas com ISO 15848-1: O segredo para reduzir emissões e custos na sua indústria Você sabia que até 60% das emissões fugitivas em plantas industriais vêm de válvulas e conexões ? Esses vazamentos invisíveis de gases de efeito estufa (GEE) impactam diretamente a sustentabilidade do negócio e, com a chegada de regulamentações mais rígidas, também afetam os custos operacionais. No Brasil, o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE) , instituído pela Lei nº 15.042/2024, trouxe uma regra clara: indústrias que emitirem acima de 25.000 tCO₂e por ano precisam compensar suas emissões por meio da compra de créditos ou certificados (CRVE). Ou seja, cada tonelada de CO₂ extra pode pesar no orçamento. Mas há um caminho estratégico: reduzir a emissão já na fonte , com equipamentos que garantem vedação superior. O que são emissões fugitivas? Chamamos de emissões fugitivas os vazamentos não intencionais de GEE em equipamentos industriais, principalmente nas válvulas, flanges e conexões. Apesar de discretos, esses vazamentos representam perdas financeiras e risco de não conformidade ambiental. Por isso, a norma ISO 15848-1 se tornou uma referência mundial de confiabilidade para válvulas industriais. ISO 15848-1: a norma da estanqueidade real A ISO 15848-1 estabelece testes rigorosos de desempenho , medindo a capacidade das válvulas de evitar vazamentos sob diferentes condições. Ela classifica os produtos em três classe principais:
Segurança Portuária
4 de junho de 2025
A segurança em ambientes portuários e industriais nunca foi tão crítica. Com a manipulação constante de substâncias inflamáveis e gases, o risco de explosões é uma realidade que exige atenção máxima. Proteger vidas, instalações e o meio ambiente é uma prioridade inegociável, e a escolha de equipamentos confiáveis e certificados faz toda a diferença. É nesse cenário que os produtos à prova de explosão ASCO se destacam. Desenvolvidos com engenharia de precisão, são projetados para conter qualquer potencial ignição, impedindo sua propagação e garantindo a segurança de toda a operação. Essa característica é vital em qualquer ambiente de risco. Por que ASCO é Sinônimo de Segurança e Conformidade? A ASCO é globalmente reconhecida por sua excelência. Seus produtos à prova de explosão são rigorosamente testados e certificados para atender às normas internacionais e nacionais, como a ABNT NBR IEC 60079 e a NR-10 . Ao optar por ASCO, você não só garante um ambiente de trabalho mais seguro, mas também assegura a conformidade legal da sua empresa, evitando riscos e problemas futuros. Os benefícios de escolher as soluções ASCO são: Segurança: Tecnologia de ponta para contenção de explosões. Conformidade Assegurada: Produtos certificados que atendem às normas. Durabilidade e Confiabilidade: Construção robusta para as condições mais desafiadoras. Desempenho Eficiente: Operação precisa que garante a funcionalidade dos seus equipamentos. Ampla Gama: Diversidade de produtos para atender a diferentes necessidades e classificações de áreas. Conte com a CBA Automação para a Segurança Portuária Para a correta especificação e adequação dos produtos à prova de explosão ASCO, é fundamental contar com profissionais especializados. É aqui que a CBA Automação pode te ajudar ! Nós oferecemos: Conhecimento Técnico: Profissionais capacitados para entender e atender suas necessidades. Produtos Originais ASCO: Garantindo a qualidade e a certificação dos equipamentos. Assistência Pós-Venda: Suporte para garantir a longevidade e o bom funcionamento de seus equipamentos ASCO . Não arrisque a segurança da sua operação. A prevenção é o melhor investimento. Proteja seus colaboradores, suas instalações e o meio ambiente com a qualidade e a confiança que só os produtos à prova de explosão ASCO podem oferecer, com o suporte e a expertise da CBA Automação.